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Dormindo para viver: Explorando a importância do sono na saúde mental

  • Foto do escritor: Bruna Cardoso
    Bruna Cardoso
  • 28 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura


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INTRODUÇÃO

Você já se encontrou rolando na cama à noite, incapaz de desligar os pensamentos sobre o trabalho, preocupações pessoais ou conflitos nos relacionamentos? Você não está sozinho. Muitas pessoas sacrificam o sono em prol de outras áreas da vida, sem perceber o impacto profundo que isso pode ter em sua saúde mental. De fato, estudos mostram que a privação do sono está fortemente ligada a uma série de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. Neste artigo, exploraremos não apenas os efeitos nocivos da falta de sono, mas também aprenderemos sobre a estrutura do sono no organismo e discutiremos estratégias para promover um sono adequado e restaurador. Ao entendermos melhor como o sono funciona e como podemos otimizá-lo, podemos trabalhar em direção a uma vida mais equilibrada e saudável, nos beneficiando de forma integrada.

DESENVOLVIMENTO

O sono é um estado especial da consciência que ocorre de forma recorrente e cíclica nos organismos, seguindo o ritmo circadiano de aproximadamente 24 horas. Ele se divide em duas fases distintas: o sono sincronizado e o sono dessincronizado.

O sono sincronizado, também conhecido como sono não REM (Rapid Eye Movement), é caracterizado pela diminuição da atividade do sistema nervoso autônomo simpático e pelo aumento do tônus do sistema nervoso autônomo parassimpático. Durante esse período, observa-se uma redução na atividade fisiológica do organismo, como frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial e movimentos intestinais.

No sono não REM, existem quatro estágios distintos. O estágio 1 é o mais leve, representando cerca de 2-5% do tempo total de sono, seguido pelo estágio 2, que abrange aproximadamente 45-55% do tempo total de sono. Os estágios 3 e 4 são os mais profundos, ocupando de 3-8% e 10-15% do tempo total de sono, respectivamente. Esses estágios são os mais difíceis de acordar alguém.

Por outro lado, o sono dessincronizado, conhecido como sono REM, não se encaixa nos estágios do sono não REM. Representa cerca de 20-25% do tempo total de sono e apresenta padrões fisiológicos semelhantes ao estágio 1 do sono não REM. No entanto, o sono REM é caracterizado por movimentos oculares rápidos e relaxamento muscular profundo e generalizado, sendo a fase em que ocorrem a maioria dos sonhos.

Durante uma noite normal de sono, as fases não REM e REM ocorrem de forma cíclica a cada 70 a 110 minutos, totalizando de 4 a 6 ciclos completos. É comum que o sono comece com a fase não REM e progrida para o sono REM. No entanto, em casos de depressão grave e narcolepsia (sonolência excessiva), pode ocorrer uma inversão na arquitetura do sono, com a pessoa adormecendo diretamente no sono REM.

Existem variações individuais significativas no padrão e na necessidade de sono. Enquanto algumas pessoas relatam sentir-se descansadas com apenas 5 horas de sono por noite, outras podem necessitar de 10 a 12 horas. Problemas relacionados ao sono, como insônia, frequentemente estão associados a transtornos mentais como depressão, ansiedade e alterações cognitivas.

O diagnóstico de transtornos do sono geralmente envolve uma anamnese detalhada com o paciente e, em alguns casos, avaliação em laboratórios especializados em sono. De acordo com a classificação DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os transtornos do sono-vigília incluem insônia, transtorno de hipersonolência, narcolepsia, transtornos relacionados à respiração durante o sono e parassonias.

É importante ressaltar que o diagnóstico adequado de transtornos do sono requer a avaliação de um profissional capacitado. A insônia, por exemplo, é um dos sintomas mais comuns na saúde mental, mas apenas a presença de episódios isolados de dificuldade para dormir pode não ser suficiente para o diagnóstico. De acordo com o DSM-5-TR, critérios específicos relacionados à frequência, intensidade e sofrimento devem ser considerados.

Além de transtornos específicos, alguns hábitos podem estar relacionados à insônia, como horários irregulares de sono, consumo excessivo de cafeína ou álcool, e atividades tensas antes de dormir. Para melhorar a qualidade do sono, recomenda-se a prática de uma boa higiene do sono, incluindo a manutenção de horários regulares de sono, a criação de um ambiente propício ao descanso e a adoção de hábitos saudáveis de vida. 

CONCLUSÃO

Uma boa noite de sono é fundamental para alcançar uma vida saudável e plena. Quando não conseguimos dormir bem de forma consistente, isso pode ter repercussões significativas em várias áreas de nossa vida, prejudicando nosso desempenho e bem-estar em diversas situações do dia a dia. É crucial que cada um de nós compreenda o funcionamento do sono e reconheça seu impacto em nossas vidas. Ao adquirirmos esse conhecimento, tornamo-nos capazes de implementar práticas de higiene do sono que promovam um sono saudável e restaurador.

Além disso, é importante estar ciente das possíveis alterações do sono que podem surgir e buscar tratamento adequado com profissionais capacitados. Esses profissionais podem oferecer orientações personalizadas e estratégias de tratamento para lidar com problemas de sono, levando em consideração as necessidades individuais de cada pessoa.

Portanto, encorajo a todos a priorizarem o sono em suas vidas. Lembre-se sempre de que cuidar do sono é cuidar da sua saúde e bem-estar geral.


Referências Bibliográficas:

Associação Americana de Psiquiatria. (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª ed., Edição Revisada). Artmed.

Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Artmed.

 

 

 
 
 

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